quarta-feira, fevereiro 16, 2011

BOAS NA CAMA!!!!

 
O que faz de uma mulher boa na cama?! Bom, para começar o facto de aparecer é importante, como diria um amigo meu, o primeiro passo para uma mulher ser boa na cama é estar lá ao nosso lado, mas deixando a parte humorística e entrando num tom mais sério e mais sensual, o que é que (nos) me faz trepar pelas paredes, comer e chorar por mais?!



Bom, para começar os olhos, o olhar, são o fundamental. A sinceridade na vontade, o desejo expressado nuns olhos famintos de prazer, as promessas que encerram esse olhar, que começando furtivo, termina frontal. A voz também é muito importante, no timbre, é claro, mas também na sua expressividade, naquilo que se diz não por palavras mas por tons. E as mãos, o corpo e a sua linguagem… indispensáveis no despertar da vontade.

Contudo, para mim uma mulher boa na cama terá que despertar em mim um interesse para além do físico… um interesse na sua alma, na sua mente, na sua forma de pensar a vida e também o sexo.

No contacto ela não pode ter medo de agarrar o pincel, de o fazer com vontade. Não estou, é claro, a falar de o esmagar, mas de o sentir nas mãos com alma, com vontade; ele é sensível, mas não é de porcelana. Gosto de uma mulher que me afague toda a “família”, que me estimule com garra. Mas, é claro, nem só o dito é sensível, toda a pele o é e quer com a língua, com as mãos, com as mamas e seus mamilos erectos ela me deverá tocar por todo o lado, despertando-me os sentidos por todo o corpo. A língua e os lábios não são elementos decorativos, são para ser usados e abusados. Gosto de uma mulher que me beije por todo o lado, que use a língua para me provocar, para me excitar… e que o abocanhe com vontade, como se a sua vida dependesse disso… como se não houvesse amanhã. E que, se for caso disso, receba na sua boca a dádiva do meu prazer… tirá-lo na altura da explosão é como coito interrompido, algo frustrante e, diga-se minhas meninas, quando nós lá vamos abaixo, também recebemos com gratidão a dádiva da vossa excitação.

E sons, como são importantes os sons! Deixem-nos ouvir a vossa excitação, o vosso prazer. Não, não estou a falar de gritos plásticos de pseudo incentivo, estou a falar de deixarem sair os sons da vossa satisfação, os gemidos, a respiração pesada… mas também as vossas súplicas, as vossas vontades. Peçam-nos o que vos apetece, seja um mergulho nas vossas partes mais íntimas, seja um acelerar ou abrandar do ritmo, seja um carinho que vos apeteça em especial. Peçam-nos dizendo ou conduzindo, mas dêem-nos a ideia do que querem pois é a melhor maneira de o receberem.

Por outro lado uma mulher boa de cama não o é necessariamente na cama. Há tanto sítio onde dar uma boa esfrega, onde dar asas à imaginação, quer dentro de casa, quer fora dela, que reduzir toda a actividade à cama é um desperdício. É mais, é muito mais excitante se acontecer sem planeamento, só porque apetece numa determinada altura e num determinado local e bem mais excitante é se for uma altura e um local totalmente desadequados ou inoportunos. E também não necessário que se consume logo ali, ou num determinado sítio… é giro ir fazendo aumentar a excitação ao longo de um determinado período, fazendo o que é possível no local onde se está e esperando pela consumação assim que possível. As carícias mais malandrecas que nos põem doidos podem ser feitas, às vezes, nos locais mais desaconselháveis e a necessidade de contenção nas reacções por vezes aumenta ainda mais a vontade. E, também, porque gostamos de saber que sentem prazer connosco, nada nos dá mais tesão do que sentir a vossa satisfação, a vossa vontade, o vosso prazer. Uma vez, duas vezes, três vezes… as que acontecerem, quantas mais melhor… quanto mais vocês vibrarem mais nós vibramos convosco.

Como vêm ser boa na cama começa muito antes de lá chegar e continua mesmo depois de acabar. Ser boa na cama significa, também, a capacidade para redespertar uma, outra e outra vez… a vontade de começar tudo de novo.

Claro que para ela ser boa na cama, eu também tenho que ser… mas mesmo nos dias mais fracos, em que o cansaço vence um homem, não há razão para desistir e, na cama, tudo é possível e tudo vale a pena, como dizia o poeta, se a alma não for pequena.

Sintam-nos e deixem-nos sentir-vos, sejam esquivas por vezes e por outras oferecidas, façam variar o ambiente. Façam-nos sentir ora caça, ora caçadores. Deixem-nos dominar e outras vezes dominem-nos a nós. E sobretudo, nada de preconceitos, pois no sexo o melhor de tudo é sentir que é sempre diferente e cada vez melhor.

Fonte: Um dos blogs da vida perdido na net...

ARTIGO: O PODER DA MÍDIA EM UMA ORDEM CAMBALEANTE

Estará a mídia, a grande mídia, preparada para promover novos conceitos de cidadania mundial, de paz internacional, de apreço e defesa dos nossos esgotáveis recursos naturais? É vital que os meios de comunicação revejam sua missão, seus objetivos e sua agenda.
Washington Araújo

 
A cultura de massa que temos está umbilicalmente conectada com a pauta apresentada instante a instante em algum dos veículos de comunicação em massa. Nada lhe escapa e, por isso mesmo, enorme é sua responsabilidade na criação da geração-consumo que temos "em nós" e também "diante de nós". Tendo como cenário as mudanças climáticas, a degradação ambiental e os extremos corrosivos da riqueza e da pobreza, a transformação de uma cultura de consumismo irrestrito para uma cultura de sustentabilidade ganhou força em grande parte graças aos esforços das organizações da sociedade civil e agências governamentais no mundo inteiro. A par com essas forças, e mesmo permeando-as, temos o poder de influência e onipresença da mídia.

Existem situações-limite em que não é lícito ser espectador de espetáculo nefasto que nós mesmos produzimos. Alardear a desgraceira toda, desnudar os mecanismos de poder envolvidos no debate para se criar políticas públicas de alcance mundial e, acima de tudo, alertar que o futuro é hoje, são tarefas que os meios de comunicação não podem e não têm a quem delegar.

O estágio de "aldeamento"

Além das políticas de informação e tecnologias "verdes", a transformação que precisamos realizar vai exigir um exame sério da nossa compreensão acerca da natureza humana e dos "esquemas culturais" seguidos por instituições do governo, por empresários da área de educação e dos meios de comunicação ao redor do mundo. Perguntas sobre o que é natural precisam ser reexaminadas criticamente. A questão do consumo e da produção sustentável deverá ser considerada no contexto mais amplo de uma ordem social cambaleante que se caracteriza pela competição, violência, conflito e insegurança da qual ela própria é parte.

Os meios de comunicação poderiam considerar promover tais mudanças visando a um consumo e produção sustentáveis, algo que implicitamente nos levará a desafiar normas e valores culturais que têm promovido o consumismo a todo o custo. Concepções subjacentes deverão ser examinadas. Estas questões incluem concepções da natureza humana, do desenvolvimento (e da natureza do progresso e da prosperidade); das causas das recentes crises econômicas, dos processos de desenvolvimento tecnológico, dos meios e dos fins dos processos educativos. Uma tarefa gigantesca? Sim, mas não maior que o poder de mobilização e influência que os meios de comunicação em massa detêm, na medida em que o planeta chegou ao estágio atual de "aldeamento", ou seja, o planeta mostrou ser pequeno, ao alcance de uns poucos cliques na internet, ao alcance de imagens replicadas por satélites estrategicamente localizados.

Tempo de avançar

O alargamento das fronteiras da informação alargou também nossas visões do mundo e vestiu velhas palavras com novos e desafiados significados. A palavra "estrangeiro", quando utilizada nos anos 1950 – portanto, há bem pouco tempo –, trazia consigo sentidos de reserva, suspeita, medo e tudo porque nossos sentidos não estavam acostumados a ver nossos semelhantes residentes em outros continentes com aquelas nossas características humanas, plausíveis, reais. Hoje, a palavra "estrangeiro" perdeu as garras, depôs pretensos tentáculos venenosos e assim do nada deixou de nos causar emoções negativas. "Estrangeiro" passa a ser apenas mais uma palavra desdentada que não mais aponta para os demais como nossos dessemelhantes. E não ouviremos mais nos telejornais que tal evento "aconteceu no estrangeiro". É tudo Terra, é tudo azul, é tudo aquele pálido ponto azul perdido na imensidão do espaço. Há décadas "no estrangeiro" deixou de compor manchete em jornais. Isso se deu graças ao avanço dos meios de comunicação.

Estará a mídia, a grande mídia, preparada para promover novos conceitos de cidadania mundial, de paz internacional, de apreço e defesa dos nossos esgotáveis recursos naturais? Estarão os profissionais da comunicação desarmados o suficiente para municiar o inevitável debate sobre temas que afetam a todos, como a segurança mundial, os meios para a produção de melhores condições de vida a populações historicamente massacradas, massas anônimas da humanidade que somente entram no futuro pela porta dos fundos?

É vital que os meios de comunicação revejam sua missão, seus objetivos e se pautem por cima. Que não vejam apenas os dias que correm, mas que lancem o olhar sobre os próximos 20, 30, 50 anos. É tempo de aprendermos uns com os outros, de expressarmos perspectivas e experiências e avançarmos coletivamente rumo à construção de uma sociedade justa e sustentável. Isso tudo transcende esquerda e direita. Isso tudo abomina a partidarização política dos meios de comunicação.

Contradição paralisante

A questão da natureza humana tem um lugar importante no discurso sobre o consumo e produção sustentáveis, uma vez que nos leva a reexaminar, em níveis mais profundos, quem somos e qual nosso propósito na vida. A experiência humana é essencialmente de natureza espiritual: ela está enraizada na realidade interna, ou o que alguns chamam de "alma", que todos nós partilhamos em comum. A cultura do consumismo, no entanto, tende a reduzir os seres humanos a meros concorrentes, em consumidores insaciáveis de mercadorias e objetos freneticamente alvos de manipulação do mercado.

É comum aceitarmos como se certa fosse a noção de que deparamos com um conflito insolúvel entre o que as pessoas realmente querem (ou seja, para consumir mais) e o que a humanidade precisa (ou seja, um acesso equitativo aos recursos).

Como, então, poderemos resolver a contradição paralisante que, por um lado, desejamos um mundo de paz e prosperidade, enquanto, por outro lado, grande parte da teoria econômica e psicológica retrata seres humanos como meros escravos de seus desejos egoísticos?

"Sonhos impossíveis"

As faculdades necessárias para construir um mundo mais justo e uma ordem social sustentável são aquelas de sempre, estas mesmas que podem atribuir nobreza ao caráter humano: moderação, justiça, amor, motivos sinceros, serviço ao bem comum. Ora, tão antigas quanto elas, essas palavras vêm sendo julgadas ao longo dos séculos como ideais ingênuos. Sim, pensar grande, abarcar a espécie humana em um pensamento maior de fraternidade vem sendo rotulado como perda de tempo, ingenuidade rematada. Como se devesse merecer nossa atenção, ocupar nossos milhões de neurônios apenas aquelas questões mais comezinhas e que falem diretamente ao nosso bem-estar individual, à nossa "felicidade" pessoal. E, nada mais ridículo que isso, uma visão castradora do muito de bom e de belo e de justo que poderia ser nosso. E de todos nós.

Mas sei que devo insistir em um ponto: justiça, moderação, serviço altruístico à nossa espécie são algumas das qualidades necessárias para superar os traços de egoísmo, ganância, apatia e violência que no mais das vezes são fomentadas pelo mercado com as bênçãos de forças políticas que asseguram a vigência dos atuais padrões insustentáveis de consumo e produção.

A vida, não nos iludamos, é muito mais que arenga política, que escaramuças entre PT e PSDB. É tempo de entendermos a brisa que sopra nesta frase de Clarice Lispector: "O que alarga a vida de uma pessoa são os sonhos impossíveis."

Washington Araújo é jornalista e escritor. Mestre em Comunicação pela
UNB, tem livros sobre mídia, direitos humanos e ética publicados no Brasil,
Argentina, Espanha, México. Tem o blog http://www.cidadaodomundo.org

Artigo publicado originalmente no Observatório da Imprensa

ATRAIO-ME...

Atraio-me por amigos que se permitem ser gente na sua mais pura leveza, pessoas na sua mais corajosa fragilidade, humanos na sua mais límpida bravura, seres na sua mais evidente errância, camaradas na sua mais incessante colaboração, colegas na sua mais inspiradora disposição para promover o outro.

Curto os amigos que não se olham mutuamente pelas lentes da competitividade, do desejo de ser sempre melhor, do ciúme pelo bem estar e da cobiça pela conquista do outro. Deleito-me com o espírito compartilhador do companheirismo, com a não retenção daquilo que se sabe e com a sensatez com que se presenteia sabedoria.

Alegro-me com a solidariedade desprovida de interesses, com a camaradagem que gera na gente aquela vontade de ser melhor, com o dar sem querer de volta com juros e correções monetárias e relacionais, com o receber cheio de sincera gratidão e de expectativa por celebrar mais oportunidades de ajuda mútua.


Luís Wesley


JOGUEM MINHAS CINZAS NO RIO TAPAJÓS


Santarém, ontem estive contigo
E pisei a terra arenosa
Dos teus translúcidos igarapés
E caminhei nas águas
Azuis e límpidas do teu rio
De quimeras!

Sim, o incrível rio Tapajós, tributo aos índios
De mesmo nome, contemporâneos
De Pedro Teixeira.
Foi daí que entendi a razão do poeta,
Seu êxtase, sua obsessão,
Sua rendição...

Conversei longamente com teus
Filhos jovens e idosos,
Todos orgulhosos de ti.
Falaram do teu passado apoteótico
E das tuas belezas naturais
Que são tantas e intraduzíveis.
Admirei sabê-los artistas e apreciadores
Das artes.
Intuí fosse pura coincidência,
Mas, as evidências mo venceram
E convencido aventuro-me a sugerir:
“Seria o azul hipnótico do teu rio
Ou a alvura celestial das tuas praias
O motivo de esfuziante inspiração?”

Quis saber o porquê da revolta
Dos teus filhos à expansão da soja
No teu solo de água e raízes
E as respostas me vieram rápidas
Como flechas e doídas como
A morte: “sangria à mata e seus mananciais;
O monopólio com suas mazelas;
O colono escorraçado de suas terras
E o poeta abatido sem versos de felicidade...”

E vi que estavam certos:
Foram-se os fósseis indígenas da Vera Paz.
Em seu lugar, aterro, galpões, concreto e ferro
E o egoísmo voraz e insaciável do capitalista
E os versos do poeta enterrados sob os
Escombros...

Percebi que muitos dos teus filhos
Já possuem consciência ecológica
E isso é um fato perceptível em todo
Este país, graças a Deus!
E assim, ainda que vagarosa e silenciosamente,
Entendem que a tua vocação é mesmo
Ser a rainha, tal como nossos pais e avós
Haviam vaticinado.
Por isto tua feição muda para melhor,
Embora os paradoxos acima relatados.

Mentes doentias, vontades pueris ou
Políticas vis arrancaram-te o mais
Valioso dos teus dotes: o Teatro Vitória!
Nefasto dia. Perda irreparável!
Chorou o poeta, chorou o artista, os teus
Jovens estudantes, todos choraram...



Ainda há tempo, Santarém, de resgatares maravilhas da
Tua história, do teu acervo cultural. Reconstrói
Das cinzas o teu bem maior e
Teus mortos dormirão em paz e
Teus filhos te serão eternamente gratos.

Santarenos, povo sábio, sensível, privilegiado
Por Deus, não deixais enlamear-vos pela ganância
Apressada dos invasores! Cresceis firmes no chão e
Mostrais ao mundo que nossos pais e avós estavam certos.
Mostrais sim, que Santarém veio dos céus
Para ser reverenciada e amada por seus filhos
E por todos que conseguem ver a importância
E o sentido da natureza para o homem.

E eu, um modesto enamorado, mas sincero,
Irredutível e fiel não canso de te decantar.
Só a morte pode abafar meu grito. E quando
Esse dia chegar, peço-te: deixa que joguem as minhas
Cinzas no leito tranqüilo do rio Tapajós!


Poema de : Paulo Paixão
Poeta e compositor santareno
Foto:  Rio Tapajós por Cesar Sousa