segunda-feira, junho 13, 2011

MEUS MOMENTOS NO DF


  




Uma passagem rápida em Brasília capital do Brasil!!
Viajar nunca é demais  e visitar essa cidade foi uma experiência bem legal!!
Só lamentei não ter encontrado com minha cunhada e meu irmão que moram por lá...
Mesmo assim valeu, muito!!!
As fotos foram feitas pelo jornalista Miguel Oliveira meu colega de viagem até Porto Velho- Ro.

ASSIM QUE TE QUERO

É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.


Pablo Neruda

TAPAJÓS - POR MOTIVO DE UNIÃO


TAPAJÓS Por motivo de união. E já não somos mais sós, Agora somos o Estado do Tapajós. A história da criação do Estado do Tapajós, é fruto do sonho, vontade, e destino de um POVO. A história do Estado do Tapajós é assim. É a alma eternizada de uma população/nação que deu nobreza, a sonoridade ao ser tapajoara.

Com o rio azul cristalino e o verde da floresta nosso cenário, somos todos os nomes que se misturaram e lutaram por motivo de união, para completar esta grande nação. É para completar e definitivamente integrar o Brasil que viemos mostrar o que somos. Somos filhos da terra e temos como capital natural, nossas pérolas do Tapajós, que além, de Santarém, são agora mais 26 municípios, todos cobertos pela cor da natureza.

A vida que se embala, é a vida nova que chega mostrando a todo o Brasil o poder da organização sem depredação. Quando o sol raiar e o Estado brilhar, todos virão que foi o espírito de união do índio, do negro, e do branco que com o grito da liberdade lapidou o Estado em forma de oração.

É a Amazônia que brilha com a nova estrela no ar, é pureza da manhã, criança nascendo, suspirando a esperança, pois é a legitimidade popular que vem ser respeitada durante a luz do dia. O acontecimento da criação é presente para o mundo, origem ancestral, o movimento primitivo revivenciado, identidade cultural do povo glorificado. São todos dizendo SIM, pois nosso território é de todos os Amazônidas que continuam com sabor Paraense.

 A Amazônia agradece por que agora caminha inteira na trilha do cuidado. O Pará companheiro, nosso eterno irmão, agradecemos de coração pelos elos que nos ligam, fazendo alquimia de ser o rio Amazonas e todos os Estados, todos parentes. Agora podemos ir juntos, mais além do mais além, em direção à transformação, por que agora reconhecidos de direito, queremos mostrar que podemos ser o infinito, integrando a paisagem do Divino que existe em cada um nós. É a vida do homem forte do Norte, ar que faz Deus mais feliz, é o sopro que despertou no coração e no pleito que teremos, temos a certeza que todos dirão SIM, e com certeza agora somos o Estado do Tapajós, o patrimônio cultural de todos nós.

Jackson Fernando Rêgo Matos – Doutor em Desenvolvimento Sustentável - UnB/IBEF/UFOPA.

O ESTADO DO TAPAJÓS JÁ NASCE INDEPENDENTE


Por Evaldo Viana - Analista Tributário da Receita Federal e bacharel em Direito pela UFPA
O Jornal Nacional de segunda-feira última (06/06/2011) levou ao ar matéria sobre o movimento em defesa da criação dos Estados do Tapajós e Carajás, destacando as posições de quem é a favor, contra e também de um economista do IPEA, sr. Rogério Boeri Miranda, que emitiu opinião de que, se criados, os novos estados da federação serão deficitários, ou seja, não terão condições, com as receitas a que tem direito, de fazer frente às despesas com a manutenção da máquina administrativa estadual.


Segundo o técnico do IPEA, o Estado Tapajós teria uma receita anual de R$ 1,1 bilhão para uma despesa de R$ 1,9 bilhão/ano, o que implicaria num saldo negativo de R$ 800 milhões/ano.
Saindo da boca de um servidor do IPEA, órgão de pesquisa dos mais renomados do país, difícil não emprestar credibilidade aos números e argumentos por ele apresentados, e quase impossível não nos sentirmos tentados a pensar que o Estado do Tapajós, antes de ser solução, pode, ao final, constituir-se num grande problema ao povo tapajônico.


Mas, antes de cristalizarmos as palavras do economista como verdade imutável, cumpre perguntar: Como ele chegou ao montante das receitas e de onde ele extraiu o total das despesas?
Teria o Sr. Rogério Boeri chegado à conclusão de que ao Estado do Tapajós só caberia R$ 600 milhões a título de FPE e arrecadaria de receitas próprias apenas R$ 500 milhões?
Vamos, pois, submeter os argumentos e dados mostrados pelo Sr. Rogério Boeri ao crivo da realidade e de critérios técnicos a fim de confirmar suas conclusões ou nega-las de forma cabal e definitiva.
É sabido que as categorias de receitas que ingressam nos cofres dos governos estaduais são basicamente duas: as receitas próprias e as receitas de transferências (Fundo de Participação dos estados e as transferências voluntárias)
Estados mais desenvolvidos sustentam-se basicamente com as receitas próprias que arrecadam ( ICMS, IPVA, etc).


Já os Estados mais pobres, notadamente os da região norte, como o Pará, dependem sobremaneira das transferências constitucionais (FPE) e legais do governo federal.
È o que acontece, por exemplo, com os estados de Roraima, Acre, Amapá, Tocantins e Pará. E assim será por um bom tempo, com o futuro Estado do Tapajós.


Para estimarmos as Receitas Correntes do Estado Tapajós precisamos descobrir o montante das receitas próprias e a cota que lhe caberia do Fundo de Participação dos estados –FPE.
Pode-se chegar ao montante das receitas próprias do novo Estado através do Produto Interno Bruto -PIB, que guarda uma relação mais ou menos constante com o que os estados arrecadam diretamente.
O PIB do Estado do Pará em 2010 foi da ordem de R$ 58,64 bilhões, enquanto as receitas próprias somaram R$ 5,75 bilhões, o que corresponde a 9,81% do PIB paraense.
Como o PIB (2010) da região correspondente ao futuro Estado do Tapajós foi da ordem de R$ 6,1 bilhões, e considerando-se igual percentual de receitas próprias em relação ao PIB, infere-se que as mesmas alcançariam, nesse cenário, o montante de R$ 598,41 milhões.


Ocorre que a simples criação do Estado, já no primeiro ano de instalação, na pior das hipóteses daria propulsão ao PIB para crescer pelo menos 30% (resultado do ingresso de recursos nos cofres do tesouro estadual e geração de despesas equivalentes), o que resultaria numa receita própria total estimada de R$ 780,0 milhões.
E o Fundo de Participação dos Estados, qual seria a cota destinada ao Estado do Tapajós?
Primeiro cumpre esclarecer que esse Fundo é composto, por disposição constitucional, de 21,5% de tudo que se arrecada de Imposto de Renda – IR e do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI. A arrecadação desses impostos, diga-se, crescem ano a ano e, com ela, o montante que compõe o FPE.
Esse Fundo foi criado pela Emenda Constitucional nº 18, de 1968 e regulamentado pelo Código Tributário Nacional.


Em 1989 sofreu modificações pela Lei Complementar nº 62/89, ainda hoje em pleno vigor, mas com data marcada pelo STF (dezembro/2012) para atualização do anexo único que define o coeficiente de participação de cada Estado. Entende a Suprema Corte que o anexo é inconstitucional e precisa ser adaptado aos critérios estabelecidos no CTN.
A definição dos coeficientes individuais de cada Estado definidos pelo CTN deve necessariamente observar a base territorial (com peso de 5%), a população e o inverso da renda per capita de cada unidade federativa (com peso de 95%).


O Futuro Estado do Tapajós, com área territorial de 723.659 Km², uma população residente de 1.167.656 habitantes e renda per capita de R$ 5.531,20, de acordo com a fórmula de cálculo estabelecida pelo CTN e observando o critério regional previsto na Lei Complementar nº 62/89, que destina 85% do FPE para as regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste, terá direito a 4,20% do Fundo de Participação dos Estados.
Esse coeficiente de participação garantiria ao Estado do Tapajós, ao longo do ano de 2011, um repasse equivalente a R$ 2,58 bilhões.
A soma do FPE que caberá ao futuro Estado com as receitas próprias previstas atingiria então R$ 3,36 bilhões.
Seria esse o valor final e total das receitas do nosso futuro Estado?
Não, pois é sabido que o governo federal pode transferir voluntariamente aos estados parcela expressiva do que arrecada e não poderia deixar de contemplar o Tapajós com esses recursos.
E quanto às despesas correntes, qual seria o custo de manutenção da máquina administrativa do Tapajós?
Se adotarmos os parâmetros do Estado do Pará, que não é bom exemplo de eficiência administrativa, dado que contaminado por vícios e endividamento antigos, ainda assim é possível concluir que o novo estado será capaz de manter suas despesas correntes em níveis até confortáveis, quando a comparação é feita com os estados da região norte (salvo o Amazonas, por razões óbvias).


Levando em conta que as despesas correntes do estado do Pará totalizam R$ 10,7 bilhões para uma população de 7.523.423 habitantes, o que corresponde a uma despesa per capita de R$ 1.422,00/ano, pela mesma fórmula o custo per capita de manutenção do Tapajós, com uma população de 1.167.656 seria algo em torno de R$ 1,66 bilhão.


Como mostramos que o novo Estado pode contar, no mínimo, com uma receita corrente de R$ 3,36 bilhões, ainda sobrariam, para investimentos, R$ 1,70 bilhões.
Ainda que as despesas correntes se igualem ao montante chutado pelo economista do IPEA (R$ 1,9 bilhão), mesmo nesse cenário, o Estado do Tapajós ainda teria uma extraordinária capacidade de investimentos de R$ 1,46 bilhão.


Os números mostrados no permitem concluir, com um enorme grau de certeza, que o Sr. Rogério Boeri, economista do IPEA, está errado, que não analisou e estudou os números com a devida atenção, apressou-se a falar o que não sabe, o que não conhece e, de forma deliberada ou não, incutiu nos telespectadores do Jornal Nacional a falsa e equivocada idéia de que o Estado do Tapajós nascerá dependente de subsídios do governo federal, o que é tenham certeza, uma monstruosa falácia.
                                                                                                                               Fonte:   O IMPACTO

NOVOS ESTADOS - COMO SERÁ A PERGUNTA DO PLEBISCITO?

Agora não é mais torcer pela aprovação ou rejeição ao plebiscito sobre a criação ou não dos Estados do Tapajós e Carajás. A questão é saber como será formulada a pergunta fatal. Claro que os eleitores vão ser chamados para dizer "sim" ou "não", de alguma forma, a alguma pergunta.


Torcidas contra e a favor que se mobilizem em busca de linguistas, semiólogos e demais especialistas em Língua Portuguesa, que a batalha pela formulação da pergunta será braba.

Se prevalecer a pergunta-mestra do plebiscito do desarmamento: "O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?", imagina-se que a pergunta aqui seria mais ou menos assim: "O Estado do Pará terá seu território dividido para a criação de dois novos Estados, que se chamarão Tapajós e Carajás". Neste caso, o sim será a favor da divisão.

Se a força de barganha dos contrários à divisão prevalecer na formulação da questão, esta poderá ficar assim: "O Estado do Pará não terá seu território dividido para a criação de dois Estados, que se chamariam Tapajós e Carajás". Neste caso, o Sim será contra a divisão.

Não poderá aparecer uma questão assim, como já se faz nas ruas de Belém e de outras cidades paraenses: "Você é contra ou a favor da criação dos novos Estados?" Aqui, o tanto o Sim como o Não poderão significar tanto sim como não. Ou seja, poderão nada significar

Parece brincadeira, mas antes da batalha do plebiscito, haverá a batalha pela construção da pergunta fatal. Quem for mais esperto, emplacará a questão mais favorável a seus intentos junto à Justiça Eleitoral, pois é esta que dará a questão a ser respondida. Uns e outros terão que ter muito cuidado pois, na campanha na televisão e no rádio, cada grupo se esforçará para centrar fogo numa simples palavrinha: Sim. "Diga sim", mas esta frase poderá ter efeito oposto a qualquer dos intentos.

E haverá ainda as possibilidades dos votos em branco e os nulos, além dos que nem são contra nem a favor, e irão abster-se.

Como também ainda não há certeza total da realização de um só plebiscito, como disse ontem, em entrevista a O Liberal, o juiz Rubens Leão, do TRE do Pará. O Tribunal Superior Eleitoral poderá - assim esperam os tapajônicos e carajaenses - que a coisa seja num dia só. Acontece que o decreto legislativo do Carajás é de 26 de maio e o do Tapajós, de 3 de junho. Logo, se a Justiça Eleitoral implicar em cumprir o prazo máximo de seis meses a contar da publicação, poderá haver dois plebiscitos.

Aí, nem precisa de plebiscito, como também não haverá necessidade de consulta popular se a consulta for apenas nas zonas que desejam emancipar-se. Como se vê, da simples formulçação da perguntinha maliciosa até os conchavos e brechas legais sobre datas, muita água rolará até o final de 2011.

13 DE JUNHO - DIA DE SANTO ANTÔNIO

Fernando de Bulhões (verdadeiro nome de Santo Antônio), nasceu em Lisboa em 15 de agosto de 1195, numa família de posses. Aos 15 anos entrou para um convento agostiniano, primeiro em Lisboa e depois em Coimbra, onde provavelmente se ordenou.


Em 1220 trocou o nome para Antônio e ingressou na Ordem Franciscana, na esperança de, a exemplo dos mártires, pregar aos sarracenos no Marrocos. Após um ano de catequese nesse país, teve de deixá-lo devido a uma enfermidade e seguiu para a Itália. Indicado professor de teologia pelo próprio são Francisco de Assis, lecionou nas universidades de Bolonha, Toulouse, Montpellier, Puy-en-Velay e Pádua, adquirindo grande renome como orador sacro no sul da França e na Itália. Ficaram célebres os sermões que proferiu em Forli, Provença, Languedoc e Paris. Em todos esses lugares suas prédicas encontravam forte eco popular, pois lhe eram atribuídos feitos prodigiosos, o que contribuía para o crescimento de sua fama de santidade.

A saúde sempre precária levou-o a recolher-se ao convento de Arcella, perto de Pádua, onde escreveu uma série de sermões para domingos e dias santificados, alguns dos quais seriam reunidos e publicados entre 1895 e 1913. Dentro da Ordem Franciscana, Antônio liderou um grupo que se insurgiu contra os abrandamentos introduzidos na regra pelo superior Elias.

Após uma crise de hidropisia (Acúmulo patológico de líquido seroso no tecido celular ou em cavidades do corpo). Antônio morreu a caminho de Pádua em 13 de junho de 1231. Foi canonizado em 13 de maio de 1232 (apenas 11 meses depois de sua morte) pelo papa Gregório IX.

A profundidade dos textos doutrinários de santo Antônio fez com que em 1946 o papa Pio XII o declarasse doutor da igreja. No entanto, o monge franciscano conhecido como santo Antônio de Pádua ou de Lisboa tem sido, ao longo dos séculos, objeto de grande devoção popular.

Sua veneração é muito difundida nos países latinos, principalmente em Portugal e no Brasil. Padroeiro dos pobres e casamenteiro, é invocado também para o encontro de objetos perdidos. Sobre seu túmulo, em Pádua, foi construída a basílica a ele dedicada.

"CARTA DO CACIQUE MUTUA (DOS POVOS XAVANTES) A TODOS OS POVOS DA TERRA

O Sol me acordou dançando no meu rosto. Pela manhã, atravessou a palha da oca e brincou com meus olhos sonolentos. O irmão Vento, mensageiro do Grande Espírito, soprou meu nome, fazendo tremer as folhas das plantas lá fora.


Eu sou Mutua, cacique da aldeia dos Xavantes. Na nossa língua, Xingu quer dizer água boa, água limpa. É o nome do nosso rio sagrado. Como guiso da serpente, o Vento anunciou perigo. Meu coração pesou como jaca madura, a garganta pediu saliva. Eu ouvi. O Grande Espírito da floresta estava bravo. Xingu banha toda a floresta com a água da vida. Ele traz alegria e sorriso no rosto dos curumins da aldeia. Xingu traz alimento para nossa tribo.

  Mas hoje nosso povo está triste. Xingu recebeu sentença de morte. Os caciques dos homens brancos vão matar nosso rio. O lamento do Vento diz que logo vem uma tal de usina para nossa terra. O nome dela é Belo Monte. No vilarejo de Altamira, vão construir a barragem. Vão tirar um monte de terra, mais do que fizeram lá longe, no canal do Panamá.

  Enquanto inundam a floresta de um lado, prendem a água de outro. Xingu vai correr mais devagar. A floresta vai secar em volta. Os animais vão morrer. Vai diminuir a desova dos peixes. E se sobrar vida, ficará triste como o índio.
  Como uma grande serpente prateada, Xingu desliza pelo Pará e Mato Grosso, refrescando toda a floresta. Xingu vai longe desembocar no Rio Amazonas e alimentar outros povos distantes. Se o rio morre, a gente também morre, os animais, a floresta, a roça, o peixe tudo morre. Aprendi isso com meu pai, o grande cacique Aritana, que me ensinou como fincar o peixe na água, usando a flecha, para servir nosso alimento.


  Se Xingu morre, o curumim do futuro dormirá para sempre no passado, levando o canto da sabedoria do nosso povo para o fundo das águas de sangue. Pela manhã, o Vento me levou para a floresta. O Espírito do Vento é apressado, tem de correr mundo, soprar o saber da alma da Natureza nos ouvidos dos outros pajés. Mas o homem branco está surdo e há muito tempo não ouve mais o Vento.

  Eu falei com a Floresta, com o Vento, com o Céu e com o Xingu. Entendo a língua da arara, da onça, do macaco, do tamanduá, da anta e do tatu. O Sol, a Lua e a Terra são sagrados para nós. Quando um índio nasce, ele se torna parte da Mãe Natureza. Nossos antepassados, muitos que partiram pela mão do homem branco, são sagrados para o meu povo.


 
  É verdade que, depois que homem branco chegou, o homem vermelho nunca mais foi o mesmo. Ele trouxe o espírito da doença, a gripe que matou nosso povo. E o espírito da ganância que roubou nossas árvores e matou nossos bichos. No passado, já fomos milhões. Hoje, somos somente cinco mil índios à beira do Xingu, não sei por quanto tempo.


  Na roça, ainda conseguimos plantar a mandioca, que é nosso principal alimento, junto com o peixe. Com ela, a gente faz o beiju. Conta a história que Mandioca nasceu do corpo branco de uma linda indiazinha, enterrada numa oca, por causa das lágrimas de saudades dos seus pais caídas na terra que a guardava.


O Sol me acordou dançando no meu rosto. E o Vento trouxe o clamor do rio que está bravo. Sou corajoso guerreiro, não temo nada.
  Caminharei sobre jacarés, enfrentarei o abraço de morte da jiboia e as garras terríveis da suçuarana. Por cima de todas as coisas pularei, se quiserem me segurar. Os espíritos têm sentimentos e não gostam de muito esperar.


  Eu aprendi desde pequeno a falar com o Grande Espírito da floresta. Foi num dia de chuva, quando corria sozinho dentro da mata, e senti cócegas nos pés quando pisei as sementes de castanha do chão. O meu arco e flecha seguiam a caça, enquanto eu mesmo era caçado pelas sombras dos seres mágicos da floresta. O espírito do Gavião Real agora aparece rodopiando com suas grandes asas no céu. Com um grito agudo perguntou: Quem foi o primeiro a ferir o corpo de Xingu? Meu coração apertado como a polpa do pequi não tem coragem de dizer que foi o representante do reino dos homens. O espírito do Gavião Real diz que se a artéria do Xingu for rompida por causa da barragem, a ira do rio se espalhará por toda a terra como sangue e seu cheiro será o da morte.


  O Sol me acordou brincando no meu rosto. O dia se abriu e me perguntou da vida do rio. Se matarem o Xingu, todos veremos o alimento virar areia.
  A ave de cabeça majestosa me atraiu para a reunião dos espíritos sagrados na floresta. Pisando as folhas velhas do chão com cuidado, pois a terra está grávida, segui a trilha do rio Xingu. Lembrei que, antes, a gente ia para a cidade e no caminho eu só via árvores.

 Agora, o madeireiro e o fazendeiro espremeram o índio perto do rio com o cultivo de pastos para boi e plantações mergulhadas no veneno. A terra está estragada. Depois de matar a nossa floresta, nossos animais, sujar nossos rios e derrubar nossas árvores, querem matar Xingu.

  O Sol me acordou brincando no meu rosto. E no caminho do rio passei pela Grande Árvore e uma seiva vermelha deslizava pelo seu nódulo. Quem arrancou a pele da nossa mãe? gemeu a velha senhora num sentimento profundo de dor. As palavras faltaram na minha boca. Não tinha como explicar o mal que trarão à terra. Leve a nossa voz para os quatro cantos do mundo clamou O Vento ligeiro soprará até as conchas dos ouvidos amigos ventilou por último, usando a língua antiga, enquanto as folhas no alto se debatiam.

  Nosso povo tentou gritar contra os negócios dos homens. Levamos nossa gente para falar com cacique dos brancos. Nossos caciques do Xingu viajaram preocupados e revoltados para Brasília. Eu estava lá, e vi tudo acontecer.


  Os caciques caraíbas se escondem. Não querem olhar direto nos nossos olhos. Eles dizem que nos consultaram, mas ninguém foi ouvido.
  O homem branco devia saber que nada cresce se não prestar reverência à vida e à natureza. Tudo que acontecer aqui vai voar com o Vento que não tem fronteiras. Recairá um dia em calor e sofrimento para outros povos distantes do mundo.


  O tempo da verdade chegou e existe missão em cada estrela que brilha nas ondas do Rio Xingu. Pronta para desvendar seus mistérios, tanto no mundo dos homens como na natureza.

 Eu sou o cacique Mutua e esta é minha palavra! Esta é minha dança! E este é o meu canto!


Porta-voz da nossa tradição, vamos nos fortalecer. Casa de Rezas, vamos nos fortalecer. Bicho-Espírito, vamos nos fortalecer. Maracá, vamos nos fortalecer. Vento, vamos nos fortalecer. Terra, vamos nos fortalecer. Rio Xingu! Vamos nos fortalecer!


Leve minha mensagem nas suas ondas para todo o mundo: a terra é fonte de toda vida, mas precisa de todos nós para dar vida e fazer tudo crescer. Quando você avistar um reflexo mais brilhante nas águas de um rio, lago ou mar, é a mensagem de lamento do Xingu clamando por viver.


Cacique Mutua",
Xingu, Pará, Brasil, 08 de junho de 2011.

A VIDA É BELA...


Ontem, 12 de junho, dia dos namorados tive um dia hiper  especial!! Inesquecível.
Cada vez tenho mais certeza de que a  vida tem o colorido   que damos a ela.
A cada dia sinto que esse colorido surge com mais intensidade a  partir de nosso olhar sobre  a vida.
E dependendo desse olhar  ela pode se transformar em uma grande e inesquecível paisagem  ....
 Por isso, ontem  procurei olhar a vida de um ângulo bem diferente e consegui ver  tantas coisas maravilhosas . O melhor foi poder desfrutar dessas coisas com  toda liberdade que a vida me permite...
Ai como é bom , de vez em quando, nos permitir  aproveitar  as coisas simples da existência  e em cada uma delas poder encontrar  um novo motivo para exercitar a arte da vida.
Ontem  tive um dia mágico!! Lindo!!!
A   vida é assim eu decido a cor  que dou a  ela. Portanto, ontem decidi dar a vida   um colorido todo  exuberante e  e ela ficou linda demais e o mais legal é que me fez muito bem.
Outra vez é segunda-feira e  volto a  inspirar-me  nas flores, no sorriso das crianças,  no azul do céu, na magia do sol etc... E creio que a semana vai ser ótima e  bem  proveitosa com as benções de Santo Antonio e a alegria de São João.

A vida é bela!! E eu adoro viver!!


Ótima semana a todos (as)


Socorro Carvalho