Serra trocou o DEM pela legenda do PSB |
Enfraquecido por uma série de escândalos e péssimos resultados
eleitorais, o DEM lançará 42% menos candidatos às eleições municipais do que em
2008 e, segundo pesquisas, sairá ainda menor das urnas. A tendência, segundo
dirigentes da legenda, será a fusão com outro partido que não seja o PSDB, onde
não haveria mais ambiente para uma aliança, desde a derrota do candidato José
Serra, nas eleições presidenciais de 2010. Para sobreviver, o partido
precisaria se manter nos governos de centros urbanos como Salvador, Aracaju,
Mossoró (RN), Vila Velha (ES), Feira de Santana (BA) e Caruaru (PE), onde ainda
guarda alguma chance de vitória.
O DEM sofreu sua pior derrota quando o prefeito de São Paulo, Gilberto
Kassab, reviveu o Partido da Social Democracia (PSD). A nova legenda conseguiu
limar metade de seus recursos no fundo partidário e de seu tempo de televisão
no horário eleitoral. Se a possibilidade da fusão com outra legenda,
provavelmente o PMDB, é mencionada apenas em conversas reservadas, o desgaste
com o PSDB é assunto liberado nas rodas de conversas dos integrantes. Líderes
do DEM não escondem a insatisfação com o tucanato. Alguns disseram que o PSDB
fez um “papelão” com o velho aliado no Recife e em Fortaleza, onde as opções do
partido para a prefeitura estão bem melhor
posicionadas nas pesquisas do que os candidatos do PSDB. Eles não se
conformam de os tucanos terem lançado Marcos Cals contra Moroni Torgan (DEM) na
capital cearense. Também não aceitam que o presidente do PSDB, Sérgio Guerra,
tenha preferido se aventurar com a candidatura própria de Daniel Coelho, em vez
de somar forças com Mendonça Filho (DEM) na corrida do Recife.
Candidato a prefeito do Rio contra o colega tucano Otávio Leite, o
deputado Rodrigo Maia (DEM) afirma que não houve diálogo entre os partidos.
Lembra que o afastamento do PSDB começou ainda em 2010.
– Nas duas outras capitais em que estamos juntos não houve aliança. O
que aconteceu foi puro escambo – aponta.
Segundo afirmou, o apoio do PSDB à candidatura do líder do DEM na
Câmara, ACM Neto (BA), em Salvador, só se deu em troca da composição com o
candidato tucano em São Paulo, José Serra. Os dirigentes da legenda também não
escondem a irritação com Serra que, diante do pleito do DEM de ter o posto de
vice, não hesitava em afirmar que só decidiria após a definição do tempo de TV
dos partidos.
E assim aconteceu. O PSD do prefeito Gilberto Kassab ficou com metade do
tempo de TV do DEM e com a vice de Serra. Não fosse a determinação do DEM em
fechar parceria com os tucanos para eleger Neto, a cúpula teria fechado aliança
com o PMDB, de Gabriel Chalita.
Fonte: Correio do Brasil
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