Na sexta feira (08), encerrei o dia de trabalho de um modo diferente. Ainda no projeto, quase no final do expediente recebemos, na sala do Projeto, a visita da professora Aurenice Santos. Ela trabalha na escola Nossa Senhora das Graças na Aldeia de Solimões, no Rio Tapajós. A professora já tinha nos visitado pela manhã, o retorno era para pegar um cd de músicas juninas, que deixou pra gente gravar. Enfim, deixando os motivos da visita da professora, deixa-me falar do meu final de dia...
Após encerrar o expediente saímos da emissora conversando ( eu e professora Aurenice), papo vai, papo vem e ela me convidou a acompanha –lá em uma caminhada pela orla.
De inicio, com minha preguiça habitual, disse que não iria. Mas percebendo que Aurenice estava precisando de minha companhia, resolvi acompanha-la.
Assim, descemos, caminhando pela orla, desde a frente da Matriz , apreciando o movimento sempre intenso naquele perímetro. A tarde se findava, linda e maravilhosa após mais um dia quente de muito sol. Por falar em sol, ele sempre majestoso e exuberante já se posicionav, sobre o rio Tapajós, como um astro Rei para o seu show tradicional, o por do sol. Cada movimento uma paisagem diferente, para deslumbre de nosso olhar, com toda graça vimos o por do sol. Registramos a imagem na alma, fotografamos, ao mesmo tempo em que continuávamos caminhando e conversando.
De repente, nem estava
acreditando, mas lá estava eu caminhando
as margens do Tapajós. Ao longo da caminhada, vi barcos e mais barcos
atracados muitas pessoas caminhando,
trabalhando, embarcando, conversando, vendendo e comprando. As muitas vendas de
churrasquinho perfumavam o ar e também
os cabelos e as roupas, porém, nada de
anormal apenas algo muito corriqueiro
nos fins de tarde na orla de Santarém.
O cheiro de tempero, só atrapalhava meu olfato poético, porque se misturava ao cheiro do Rio Tapajós (que amo
sentir). O cenário apesar de louco, sempre me fascina, enche meus olhar de alegria. Enquanto a professora
continuava conversando eu escutava e
continuava observando cada detalhe do
meu passeio sobre o cais da minha linda cidade. Cidade de rios bonitos, de
gente alegre e trabalhadora. Cidade dos encantos, dos poetas e tradições , do
Sairé em Alter do Chão e o Círio de Nossa Senhora da Conceição. De repente, já
me sentia totalmente envolvida pela caminhada e em estado de poesia.
À tarde se despedindo, o por do sol caindo sobre o Tapajós, paisagem linda, cenário perfeito para inspiração de poemas e canções. Em cada passo pude apreciar o lado poético daquela caminhada... Enquanto a professora Aunice partilhava um monte de coisas eu seguia de ouvidos ligados e viajando no meu olhar em cada coisa que via, sobre aquele cenário lindo de fim de tarde, na orla de Santarém. Nesse contraste e sem perceber chegamos ao mercadão 2000... Que legal. Foi quando percebi o trajeto que caminhei e sentia o suor molhando minha roupa. Apenas me surpreendi apenas sorri e agradeci a professora pelo convite, pela caminhada e amizade.
Só quando chegamos ao Mercadão 2000, foi então que me dei conta da expressão feliz no rosto da minha querida amiga, e percebi também que eu estava feliz em poder contribuir para a alegria dela, que naquele momento já estava com outro semblante . Um semblante mais sereno e tranquilo e eu claro, mais feliz ainda por ela e pelo final de tarde que me proporcionei, naquela sexta feira que de tão comum se tornou especial e inspiradora...
O final da minha tarde de sexta feira, foi lindo. Cada vez mais tenho a certeza de que a beleza da vida está na simplicidade de nosso olhar e no sentido que damos a cada instante de nossa existência. Isso sem falar da alegria de poder agraciar alguém com nossa presença e amizade. São coisas simples, sem preço, mas de valor incalculável.
Socorro Carvalho