terça-feira, agosto 14, 2012

O CHÃO É A CAMA



O Chão é a cama para o amor urgente,
O amor não espera ir para a cama.
Sobre o tapete no duro piso,
a gente compõe de corpo a corpo a última trama.
E para repousar do amor, vamos para a cama!


Carlos Drummond de Andrade

EM “RODA VIVA”, CRISTINA CANTA CHICO E ELIS

Cristina vai interpretar Chico Buarque e Elis Regina
 Hoje à noite (14), a cantora Cristina Caetano faz o show Roda Viva na Casa de Cultura Historiador João Santos, em Santarém. O espetáculo começa às 21h30.

Cristina, que vai dividir o palco com violonista Rubão, vai interpretar Chico Buarque e Elis Regina, artistas a quem o show é dedicado.

Têm presença confirmada no show 3 amigos de Cristina: os cantores Vicente Filho, Paulo Barreto e Patrícia Lima.

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A CIDADE DO POETA

                                                                                                   
Em livro autor paraense registra a memória de seu passado na cidade
Mesmo há 24 anos longe de Belém, a cidade nunca esteve tão presente na poesia de Age de Carvalho. Em seu mais recente livro, “Trans” (Cosac Naify, 2011), o autor paraense expurga o luto pela morte do amigo Max Martins (1926-2009) registrando as memórias de sua juventude na capital paraense.

“Você vivendo longe se sente até mais próximo da cidade que deixou para trás. Venho percebendo esse tema recorrente em minha poesia, sobretudo nos últimos anos. Logicamente eu me refiro a uma Belém muito particular. Amigos vão morrendo, a cidade vai se transformando. A Belém da minha poesia é essa que vivi intensamente”, conta o escritor que atualmente vive entre a ponte área Alemanha/ Áustria, países em que trabalha como designer gráfico.

Convivendo com outras culturas, falando outra língua, Age parece retornar com a saudade aguçada. Ele apresenta hoje uma leitura de seus poemas ao público paraense. Baseado em ‘Seleta’ (Paka-Tatu, 2004), antologia que reúne quatro de seus oito livros, o evento surgiu da necessidade de se reaproximar do público local.

“Seis anos se passaram desde minha última visita ao Brasil. Sinto falta do português falado, de escutar as palavras, a musicalidade da língua. Tanto que em todos esses anos morando fora, nunca compus em alemão, por exemplo. Essa experiência de recitar poemas em público eu já faço há 15 anos lá fora, com recitais bilíngues. A leitura em voz alta é sempre uma experiência ótima, traz uma carga dramática nova ao poema”, afirma.

VÍNCULO

Foi na década de 1980 que os dois poetas se conheceram. Age, com apenas 21 anos, ganhara a publicação de seu primeiro livro “Arquitetura dos Ossos” em um concurso organizado pela Semec, atual Secretaria de Estado de Cultura. Na solenidade de entrega do prêmio foi apresentado ao já veterano Max Martins.

Logo se juntou a um ilustre clube de artistas, escritores e intelectuais que frequentavam a casa de Benedito Nunes em discussões que seguiam madrugada adentro. “Nessa época existia uma imensa paixão por Belém. Era uma certa redescoberta da cidade com a abertura política, uma efervescência de ideias que até então estavam reprimidas. Veio a calhar que nesse período apareceram os primeiros projetos de revitalização da cidade, a gente passou a frequentar a Cidade Velha”, diz.

Sua literatura acaba dividida entre esses dois momentos de sua vida: sua vivência no Pará , em diálogo com figuras como o filósofo Benedito Nunes e o poeta Max Martins, e a experiência entre Alemanha e Áustria, na língua alemã.

“Para mim a poesia é uma espécie de extensão das coisas que eu vivo. Só que é uma forma muito mais sucinta, visceral e irritante de definir. Em alemão, a mesma plavra que define poesia pode ser usada para designar o ato de condensar, ou seja, resumir. É exatamente assim que eu a enxergo”, diz.

(Diário do Pará)



NAYANA!! VALEU!!!




Era dela o primeiro sorriso que nos recebia todos os dias na recepção da emissora. Um pouco menina, outro pouco mulher, mistura perfeita de um grande ser humano. Doce, alegre, elegante, colega etc...

Penso até que fez amigo (as) dentro da emissora. Estou falando da Nayana Silva, ex recepcionista da Rádio Rural.Ela que se despediu de nós e partiu para a capital paraense para cruzar novos horizontes e desafios.

Antes de ir fez uma sessão de fotos para levar de lembrança um pouco de nossa presença, na vida dela. Fiquei lisonjeada em pode restar em meio às pessoas consideradas especiais. Só tenho a agradecer pela amizade e pelo tempo que passou junto de nós. Sempre atenciosa e sorridente. Certamente deve ter levado um pouco de cada um e cada uma de nós deixando além da saudade um pouco dela, em nós.


Valeu Nay! Muita sorte e sucesso.


Beijos no seu coração enviado por nós.


TURMA DA RÁDIO RURAL

MULHERES QUEREM CONCORRER IGUAL AOS HOMENS


Do acesso ao voto – em 1932 - à chegada ao cargo máximo da administração federal - em 2010 – as mulheres brasileiras precisaram esperar 78 anos. Tanto tempo, que a conjunção de gênero responsável por transformar ‘presidente’ em ‘presidenta’ custou a soar natural. Atual chefe do Estado Brasileiro, Dilma Rousseff entrou para a história ao transpor a mureta dos 28 presidentes do sexo masculino que efetivamente tomaram posse. Mais de um século depois de hegemonia dos homens, aos 63 anos, uma mulher tornou-se a primeira presidenta eleita do Brasil.

Ainda assim nem tudo são flores. Apesar da posição estratégica, e da ocupação em pontos chaves da gestão nacional - hoje dez ministras fazem parte do governo Dilma – a última bancada feminina eleita para a Câmara Federal representa apenas 8,77% do total da Casa, com 45 deputadas. No Senado, dos 81 lugares disponíveis 12 são ocupados por elas. Proporção que coloca o Estado em uma posição desconfortável em relação à maioria dos países latino americanos.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é um dos países com menor presença feminina no Congresso Nacional, lugar onde as leis são propostas, discutidas e votadas. Pelos cálculos da entidade, apenas Belize, Haiti e Colômbia têm ainda menos mulheres no Parlamento do que o Brasil. Aqui, os níveis de participação parlamentar não ultrapassam 12,3%. Nos vizinhos Argentina, Costa Rica, Peru, Equador e Bolívia o índice chega aos 30%.

“O sistema atual é pouco eficiente. Hoje, o Congresso é representado por uma média de 10% de mulheres que, em geral, chegam lá não por serem mulheres, mas por serem filhas ou esposas de políticos. Trata-se de uma herança patriarcal. Enquanto as regras eleitorais não forem modificadas, a situação permanecerá constante”, diz o cientista político Edir Veiga.

O que o Edir destaca é facilmente evidenciado. Na mesma eleição em que o país deu boas vindas à presidenta, os eleitores não se acanharam em dar adeus ao consecutivo aumento de governadoras iniciado em 1994 com a ascensão de Roseana Sarney ao cargo. Com a eleição de apenas duas mulheres, o Brasil não conseguiu ultrapassar o recorde de 2006, com três mulheres eleitas. Em 2002, foram duas; na eleição seguinte, uma. Até 1990, apenas homens haviam chegado ao cargo.

Mais participação feminina na política

Essa baixa representatividade federal, porém, contrasta com a participação, cada vez maior, das mulheres nas disputas eleitorais em nível municipal. Maioria do eleitorado brasileiro, respondendo por 51,9% dos eleitores, nos municípios, as mulheres aos poucos criam intimidade com a política.

Em março deste ano, a Confederação Nacional de Município (CNM) divulgou um levantamento que demonstrou um aumento de 70% no número de prefeitas, nos últimos 12 anos. Em 2000, havia 317 mulheres à frente de prefeituras municipais, as últimas eleições elegeram 505, elevando a média nacional de participação feminina de 5,9% para 10,1% no período. Amapá (25%), Sergipe (22,7%) e Tocantins (21,6) são os três Estados com maior participação feminina. No Pará, a média é de 14,25%. Em 2008, das 53 candidatas à prefeitura, 14 foram eleitas. As vereadoras ocuparam no total 195 cadeiras, na capital, apenas duas (de 101 inscritas).

Parte desse reforço feminino deve-se a instituição de cotas na Legislação Eleitoral, que obriga os partidos a inscreverem 30% de mulheres nas chapas proporcionais. O desafio atual é converter candidaturas em cadeiras. “Já houve avanços, a legislação determinava que os partidos deveriam reservar, agora eles são obrigados a preencher, no mínimo 30% e no máximo 70% das vagas para as candidaturas de cada sexo. Mas só isso não basta para estimular a participação feminina no cenário político”, adverte a juíza da 29ª zona eleitoral de Belém, Angela Tuma. “É preciso incrementar programas educativos partidários e realizar uma ampla reforma política que estabeleça não só as cotas à candidatura feminina, mas quem sabe as cotas às cadeiras. As mulheres não podem somar apenas números. Elas podem concorrer de igual para igual. É a aproximação de oportunidades que significa justiça e essa é a função da legislação”, destaca.

(Diário do Pará)