Os projetos contribuem para o
aumento na renda das famílias, da autoestima e no enfrentamento das
desigualdades sociais
Promover geração de renda para
agricultores familiares e contribuir com a conservação do bioma Cerrado são
alguns dos objetivos da tecnologia social “Cadeia Produtiva do óleo de amêndoas
de gueroba”, localizado em Buriti de Goiás (GO). A iniciativa foi desenvolvida
por uma associação de mulheres agricultoras, com o objetivo de fortalecer a
organização comunitária e dar
assistência técnica na elaboração de projetos, além de desenvolver
produtos cosméticos, com o aproveitamento da palmeira gueroba. Com o trabalho de beneficiamento (retirada da
amêndoa, quebra e extração do óleo), o grupo de mulheres garante um reforço na
renda familiar.
Em Campo Grande (MS), a
Tecnologia Social “Prática de Autogestão da Economia Solidária” é referência na
América Latina, há quase sete anos, em autogestão e modelo de transformação
social. O projeto tem o envolvimento de 38 municípios e funciona com a participação de todos os cooperados, em
regime democrático. Na Central de
Economia Solidária, que faz parte da
tecnologia social, são comercializados
produtos da agricultura familiar, indígenas,
quilombolas, além de artesanatos da fibra de bananeira, bordados e
artesanatos regionais. No espaço também são oferecidos serviços como: ateliê de
costuras, salão de beleza e massoterapia com profissionais cegos.
A tecnologia social “Licuri:
Geração de renda e sustentabilidade ambiental”, de Monte Santo, cidade do
interior baiano, investe na gestão e na mobilização das mulheres. Na região, o
extrativismo do licuri - palmeira nativa
da região - tem mudado a realidade de várias
comunidades. Todo trabalho é feito com
o envolvimento de 621 famílias -
colheita e pré-processamento (quebra,
secagem e separação da casca) - distribuídas em 26 comunidades e quatro
municípios, que tiram do coco os recursos para a sobrevivência. Passada a
fase de pré-processamento, a amêndoa é
encaminhada para a Unidade Beneficiadora, onde a matéria prima é
processada e o óleo é retirado. Da torna
(fibra que sobra do processamento) é feita ração para os animais. O óleo do licuri é usado na fabricação de produtos de limpeza
e beleza.
O que esses três projetos têm em
comum? Eles são finalistas do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia
Social, na categoria Mulheres. Na lista, estão também outras três iniciativas:
“Mulheres Rurais, Farinha de babaçu e a Rede de Comércio Justo e Solidário”.
Mulheres Rurais:
Auto-organização, Formação e Articulação”, da cidade de São Paulo (SP), tem em
seu currículo a expertise de sensibilizar e capacitar mulheres rurais sobre
temas que envolvem organizações produtivas, acesso ao crédito, formação
política, desigualdades, entre outros. O
projeto promove oficinas de capacitação para que as mulheres adquiram autonomia
e sustentabilidade nos empreendimentos.
Já a tecnologia social “Farinha
de Babaçu: geração de renda para quebradeiras de coco”, de São Miguel do
Tocantins (TO), promove o fortalecimento da cadeia produtiva do babaçu, por
meio da organização da produção em cooperativas, do melhor aproveitamento e
agregação de valor do produto, geração de renda e valorização do conhecimento
tradicional. As soluções apresentadas pela tecnologia social viabilizam a
diversificação dos produtos derivados do babaçu e o aproveitamento de todo o
fruto e, consequentemente, garantem uma melhor renda às quebradeiras. Hoje, as
escolas e creches da região utilizam o babaçu na alimentação das crianças.
Direto de Porto Alegre (RS), a
tecnologia social “Rede de Comércio Justo e Solidário”, fomenta a economia com
o investimento na aproximação entre o produtor e o consumidor das comunidades e
instituições luteranas. A rede surgiu para dar apoio aos produtores, que,
apesar de terem produtos de qualidade comprovada, não conseguiam ter sucesso na
comercialização. Com essa aproximação
entre as duas pontas, a Rede de Comércio Justo e Solidário conseguiu
implementar uma relação comercial mais transparente, que trouxe ganhos
significativos para todos.
Todas as seis iniciativas, que
vieram dos estados de Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia, Tocantins e
Rio Grande do Sul, estão correndo aos prêmios de R$ 80, R$ 50 e R$ 30 mil. As
vencedoras serão conhecidas em novembro, durante a cerimônia para a entrega do
Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Esses projetos favorecem
especialmente as mulheres, que estão transformando a realidade das suas
comunidades. O resultado do trabalho é o aumento na renda das famílias
envolvidas, da autoestima e no enfrentamento das desigualdades sociais.
Fonte: Imprensa FBB
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