Vem, toma a minha mão negra.
É pequena como a tua,
sensível como a amarela.
Vem, dá-me a tua mão,
que é tão pura quanto a minha,
frágil como a vermelha.
Vem, deixa-nos enlaçar num abraço afetuoso,
irmanando-nos como almas gêmeas que somos.
Vem, deixemo-nos seduzir pela magia da luz e do calor,
que desfaz barreiras e não possui limites.
Vem, envolvamo-nos com o toque do instante,
com a graça passageira do amor infinito.
Vem gozar comigo esse átimo do prazer perpétuo
e da alegria de nossa íntima união.
Esquece os teus temores de outrora.
Das noites sem lua e sem estrelas.
Da escuridão aterradora.
Do temor de perder a alvorada e o sol do outro dia.
Esquece as tuas dores, tua solidão,
teus instantes de amargura, de temor e de aflição.
Esquece a angústia que te causei,
a tempestade que te assolou,
o trovão e o raio inclementes.
Esquece a fome, o frio
e a tristeza das tardes sombrias.
Esquece o abandono, as doenças, a morte
e a tua profunda nostalgia.
Esquece e perdoa, que também já te perdoei.
Vamos construir o nosso amanhã com um lindo arco-iris.
As suas cores servirão de notas para as melodias
e as canções de nossos sambas.
Vamos replantar todas as árvores derrubadas,
todas as flores pisoteadas
e as sementes de todos os amores incultos.
Vamos deixar nossos corações bater uníssono no ritmo da vida, que se expande com seu eco interminável pelo cosmo.
Vamos erguer o nosso lar com paredes transparentes
e um lindo teto solar.
E nele vamos conviver com a vontade de nos amar como crianças.
Vem, toma a minha mão negra,
dou-te a minha branca.
Abraçemo-nos com a nossa mão rubra e amarela.
Olvidemos a dor do começo
e vamos morar na casa da nossa amizade.
Arno Rochol
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