Arqueólogos do México descobriram vestígios do que parece ser
um palácio maia de 2 mil anos atrás. Os restos foram localizados na região de
Chiapas, na fronteira com os Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo
Instituto Nacional de Antropologia e História (Inah) do México. As ruínas
pré-colombianas do edifício indicam que havia antigas cidades maias na região
há mais tempo do que se imaginava.
O diretor do Projeto Arqueológico Plano Ayutla, Luis Alberto
Martos López, disse que até essa descoberta as evidências de ocupação na região
de Chiapas apontavam para cerca de 250 anos depois de Cristo. A civilização
maia, até então remontava a 1.000 anos antes de Cristo, e se caracterizava
pelos avanços nos ramos da escrita, matemática e astronomia.
Até hoje as influências dos maias estão presentes em países
como o México, Honduras, a Guatemala e El Salvador. Segundo pesquisadores, a
civilização nunca desapareceu por inteiro. Alguns dialetos dos maias ainda são
falados em regiões da América Latina.
O resultado das investigações revelados foram ontem (31), na
Cidade do México. Os arqueólogos Susana Rivera Cruz e Karina Hernandez Gonzalez
disseram que uma das estruturas localizadas reúne ossos, vasos, tigelas e
pedras de moagem.
Na área foram localizados um esqueleto que parecer ser de um
homem de 40 anos de idade e um de um animal do sexo feminino - cujos ossos
foram fragmentados devido à passagem do tempo – e deve ter sido usado como
oferenda.
López disse ainda que os vestígios localizados correspondem a
quartos com paredes de 3 metros de largura, com cantos arredondados,
caracterizando a arquitetura mais antiga do povo maia.
De acordo com os arqueólogos, os vestígios devem ser de um
antigo complexo residencial, descoberto em um pátio localizado na área norte de
Chiapas, indicando o período dos anos 50 depois de Cristo. Segundo eles, no
local havia sinais da existência de salas e cofres, assim como vários elementos
arquitetônicos considerados de elevado nível.
Os arqueólogos investigam o provável nome da cidade maia
localizada. Uma das hipóteses é que se chamava Sak T'zi – por causa de algumas
gravações encontradas - ou cidade de Ak'e. Sak T'zi, em referência a uma
batalha retratada nos murais de Bonampak. De acordo com os especialistas, no
local há prédios em cima de outras estruturas e subestruturas. Há uma área que
contém três edifícios e três praças.
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
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