terça-feira, setembro 13, 2011

QUEBRA A CABEÇA!

Clarice Lispector 


Morrendo de amor, tristeza, alegria, desânimo e otimismo, os grandes escritores escreveram seus textos. Ao ler um livro sempre me pergunto “até que ponto aquele insight poderia ser verdadeiro?”. Teria sido Shakespeare um Romeu? Teria sido Machado de Assis um Bentinho? Quem sabe! Fico extremamente fascinada com a enorme capacidade de inventarem palavras e cenas que nos fazem suspirar, outras vezes chorar, outras vezes sorrir e outras vezes sentir medo. O que há na cabeça desses escritores geniais? Seriam eles bons em mentir na vida real? Seriam eles super sonhadores? Ou simplesmente inventam uma história e nela colocam momentos personalizados que eles mesmos passaram? Ah! Eu fico a me perguntar.


Teria alguém visto mesmo uma pessoa morta? E teria alguém visto mesmo um vampiro? Será que sonharam como seria viajar até o centro da Terra? Ou a mente do homem é tão magnífica que o faz inventar tamanhas monstruosidades que nos fazem ficar parados, quietos e concentrados em frente a uma tela de cinema ou uma página de livro? Malditas perguntas. Quando noto, perdi metade do filme e do livro tentando entender porque o escritor inventou tamanho engenho. Deve ser por isso que tenho que assistir e ler outra vez uma obra para entender corretamente.


Seria um conjunto de sonhos e desejos lunáticos que eles acumulam em suas mentes e depois pegam uma caneta e “metem tinta no papel”? Ou seria simplesmente prazer por escrever? Seria uma vontade enorme de mudar o mundo e fazer as pessoas pensarem? Não sei, mas creio que de duas páginas de um livro, penso em mil modificações que aquele escritor queria fazer em alguma pessoa. De uma cena de filme, penso em mil razões para que o autor e o diretor quisessem tocar as pessoas que assistiram aquele filme. Seja lá o que for a moral das palavras e das cenas: “Sonhe, corra, largue de besteira, pare de se preocupar, pense duas vezes, respeite, beija logo, fala o que sente se não perde, tenha fé em Deus, não tenha medo, tenha cautela... Pense, leia, assista as minhas palavras!”. Já me peguei imaginando Clarice Lispector implorando para que eu lesse um de seus textos super bem bolados, imaginei ela de um jeitinho bem meigo, romântico, livre e intelectual dizendo: “Por favor, leia! E entenda o que é a vida... Por favor, pare de perder tempo... Você vai morrer! Por favor, leia!”. Ah! Clarice, diva que me despertou inúmeros suspiros, que descanse em paz... Creio que nunca terei a chance de lhe ver implorar ao mundo que pensem em cada uma de suas palavras.


Hora comédia, hora drama, hora terror, hora romance, hora suspense, hora fatos reais, hora ficção, hora de cada um, hora de todos em um, hora de despertar sentimentos. E hora de pensar: “Com tantas obras vendidas, como o mundo ainda é assim?”. Talvez seja a influência de Maquiavel, grande mestre, que me perdoem os críticos – mas convenhamos, a inteligência, é a inteligência! E quando mal canalizada... Mas vejamos Maquiavel que nos ensinou a coisa mais verdadeira do mundo: “Prefira ser temido do que amado...”, porque obviamente o amor não é tudo, não para o ser humano, não para esta humanidade, afinal, “eu te amo, mas eu te traí, me perdoe!”, que palhaçada! Hoje em dia só se segura alguém do lado, por medo. Maquiavel de certo teve suas razões para escrever isto, mas em umas de suas estratégias para que os príncipes se tornassem bons reis, adivinhou a humanidade de hoje.


E por que diabos Renato Russo escreveu “Índios”? Para que com aquela música ele pudesse tocar aquela sociedade, e a toca até hoje. Louvado seja John Lennon que compôs “Imagine” e me fez imaginar e até quebrar a cabeça. – Queria então que aquele filme da máquina do tempo fosse real, só para ter a oportunidade de perguntar aos autores desses clássicos e de outros, “por que tamanha imaginação?”. “Porque tamanha necessidade de que o mundo os ouça?”, “Por que escreveram aquilo? Pensaram aquilo? Para alguém ou para tudo? Para provar ou simplesmente mudar?”. De verdade deve estar na hora de eu parar de tentar entender as coisas...


Gabriella Beth Invitti


LEITURA DA ARTE


“Termino o livro e fecho o computador sabendo que por mais que os escritores
escrevam, os músicos componham e cantem, os pintores e escultores joguem
com formas, cores e luzes -, por mais que o contexto paralelo da arte expresse o
profundo contraditório sentimento humano, embora dance à nossa frente e
nos convoque até o último fio de lucidez, o essencial não tem nome nem forma:
é descoberta e assombro, glória ou danação de cada um"

Lya Luft

ESCOLA DA FLORESTA É DESTAQUE NA WEB RÁDIO ÁGUA



A SELVA AMAZÔNICA COMO SALA DE AULA: CONHEÇA A ESCOLA DA FLORESTA


Você já imaginou ter a Amazônia como sala de aula? Alunos das escolas municipais de ensino fundamental da região de Santarém (PA) têm esse privilégio. A “Escola da Floresta”, área que ocupa 33 hectares da selva amazônica, é um projeto da Secretaria de Educação de Santarém criado para complementar a grade curricular de ensino de crianças de sete a 10 anos de idade. A ideia central da Escola é unir a teoria sobre educação ambiental com a prática e proporcionar ao aluno sensações que ele não teria em sala de aula, como explica Clarice Rebello, coordenadora do Projeto.

ENTREVISTA COM CLARICE REBELO - COORDENADORA DA ESCOLA DA FLORESTA

Clarice conta que, antes do surgimento da “Escola da Floresta”, o espaço ocupado por ela estava “abandonado”. A sensibilidade e as boas ideias das pessoas envolvidas com questões educacionais na cidade fizeram  com que a área se transformasse no projeto que é hoje.

ENTREVISTA COM CLARICE REBELO - COORDENADORA DA ESCOLA DA FLORESTA

Nesta escola "diferente", os alunos são guiados pela floresta e aprendem noções básicas de preservação e conservação do meio ambiente em trilhas demarcadas enquanto monitores explicam questões relativas à história local, à fauna e à flora, sempre acompanhados por “música ao vivo”.

Os alunos percorrem os caminhos da floresta e, ao final das atividades propostas, que duram todo o dia, eles participam de uma gincana para avaliação dos conhecimentos adquiridos. Débora Pereira, pedagoga da Escola da Floresta, conta como começa o dia desses alunos e os resultados atingidos depois que o trajeto termina.

ENTREVISTA COM DÉBORA PEREIRA, PEDAGOGA DA ESCOLA DA FLORESTA

E não há dúvidas de que essa experiência agrada às crianças que visitam a Escola da Floresta.

ENTREVISTAS COM ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL NAZARÉ DEMÉTRIO MUSSI 
E você, gostaria de ter uma Escola da Floresta na sua cidade?


Crédito: as músicas desta matéria são de autoria de Chico Malta ( cantor e compositor santareno).

Acessa o site da Web Rádio Água  e ouça o áudio da  materia  AQUI



Fonte: Web Rádio Água

COMEÇA HOJE PERÍODO DE CAMPANHA DO PLEBISCITO



Não e não. O Pará ninguém divide”. Esse é o slogan da campanha contra a divisão criado pelo pool de quatro agências que trabalharão para as frentes contra a separação do Pará para a criação dos Estados de Carajás e do Tapajós.


As primeiras peças da campanha, criada pelas agências Griffo, Galvão, Mendes e Gamma foram apresentadas ontem na sede da Associação Comercial do Pará, onde funcionará o comando da campanha antisseparação do Estado.



O material será confeccionado nas cores azul, branco e vermelho, as mesmas da bandeira do Pará. Além do slogan, o material apresentado ontem dá destaque para o número 55, que deverá ser digitado na urna eletrônica por aqueles que são contra a divisão do Estado.



O material da campanha pela divisão do Estado está sendo criado pelo marqueteiro baiano Duda Mendonça e as peças já apresentadas têm como cores básicas o verde e amarelo.



O lançamento do material publicitário contra a divisão reuniu os profissionais que doaram a criação da campanha e adversários políticos que passarão os próximos meses lado a lado lutando pela mesma causa. Os trabalhos foram comandados pelo deputado federal tucano Zenaldo Coutinho e pelo deputado estadual Celso Sabino (PR), que presidem as frentes contra Carajás e contra o Tapajós, respectivamente.



O deputado estadual Eliel Faustino (PR), que ainda disputa com Sabino o comando da frente contra a criação do Tapajós, participou do evento e anunciou que independente do resultado da ação judicial, participará da campanha. “Sou um soldado da democracia”, declarou.



A partir de hoje, já está liberada a campanha nas ruas contra e a favor da divisão do Estado do Pará para criação de duas novas unidades da federação. A propaganda no rádio e na TV, contudo, só começa no dia 11 de novembro, um mês antes do plebiscito, que será realizado no dia 11 de dezembro.



O clima da campanha deve esquentar a partir da próxima semana. Só ontem terminou o prazo para registro das frentes e agora o próximo passo será aguardar a homologação dos registros pelo Tribunal Regional Eleitoral. Após essa etapa, será emitido o CNPJ das Frentes e, em seguida, estará liberada a abertura da conta corrente por onde deverão passar todos os recursos a serem usados na campanha.



O Tribunal Superior Eleitoral limitou em R$ 10 milhões o valor máximo que cada frente poderá gastar. “Já vencemos campanha com poucos recursos e com muitos recursos. Dinheiro é importante, mas o principal é o entusiasmo”, disse o publicitário Orly Bezerra, que fez a apresentação das peças (banners, cartazes, adesivos para carro) contra a divisão. Ele não estimou valores para a campanha do não à divisão.



O deputado Giovanni Queiroz, que preside o conselho político da Frente Pró-Carajás, estima que a arrecadação da campanha chegue a R$ 5 milhões.



A frente Pró-Tapajós também aguarda a emissão do CNPJ para levar a campanha para as ruas. 



TRE registra cinco frentes



Cinco frentes parlamentares pró e contra a criação dos Estados do Carajás e Tapajós foram registradas até as 19h de ontem no protocolo do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), data-limite estipulada pela Justiça Eleitoral para participar do plebiscito de 11 de dezembro. A surpresa ficou por conta da frente contra a criação do Estado do Tapajós liderada pelo deputado estadual Eliel Faustino (PR) que, mesmo barrada pela Justiça, fez o seu registro.



A primeira a se registrar, às 12h47 de ontem, foi a Frente Pró-Estado do Tapajós, na presença do deputado federal Lira Maia, presidente da frente, do deputado estadual Alexandre Von, e dos advogados Sábato Rossetti, José Maria Lima e Walber Mattos. O tesoureiro será Edivaldo da Silva Bernardo.



Hoje será o dia “D” da frente, com a abertura da campanha “Sim, Tapajós!”. A data será marcada pelos simpatizantes com queima de fogos de artifício, em todos os 27 municípios do oeste paraense, às 7h.



A segunda a se registrar foi a Frente Juntos pelo Pará, contra a criação do Estado do Tapajós, tendo como presidente o deputado Eliel Faustino e como tesoureiro Fernando Carlos Carneiro. A frente de Eliel foi indeferida pelo TRE sob a alegação de que teria deixado de cumprir requisitos essenciais para o registro, como a não realização de convenção inicial até 2 de setembro. Faustino prometeu recorrer da decisão.



A terceira frente a fazer o registro foi a Frente Contra a Criação do Estado do Tapajós, que tem como presidente o deputado estadual Celso Sabino (PR), tendo como tesoureiro o vereador Abel da Cruz Loureiro. Sabino garante que continua tentando convencer Eliel Faustino a desistir de lançar uma frente e a se juntar à sua. Ainda não teve sucesso. “Temos as mesmas bandeiras. Espero que o Eliel se sensibilize e se junte a nós”, coloca.



A quarta a ser registrada foi a “Frente em Defesa do Pará Contra a Criação de Carajás”, tendo como presidente o deputado federal Zenaldo Coutinho e como tesoureiro Roberto Magalhães Reis.



As duas frentes contra os Estados do Tapajós e Carajás foram registradas praticamente ao mesmo tempo e serão lançadas durante um ato político às 19h de amanhã, na Escola Agrotécnica de Castanhal. “Nosso objetivo é iniciar as primeiras ações conjuntas das duas frentes já na sexta-feira”, diz Sabino.



A quinta e última frente a fazer o registro, por volta das 16h30, foi a “Frente por um Pará Mais Forte” a favor da criação do Estado do Carajás, presidida pelo deputado estadual João Salame (PPS), tendo como tesoureiro Ademar Rafael Ferreira. Ainda ontem as frentes pró Tapajós e Carajás se reuniriam para, segundo Salame, traçar as estratégias para a campanha conjunta.



Hoje, a Frente Pró-Carajás realiza um ato político às 19h em Redenção e, na quinta-feira, em Marabá. No dia 16, haverá atos em Jacundá e, no dia 17, em Xinguara e Piçarra. “Em seguida programaremos atos conjuntos na região metropolitana de Belém”, diz Salame. Segundo ele, o desafio das frentes será esclarecer que as três regiões ganharão muito mais. “Vamos convencer a maioria do povo do Pará da necessidade da divisão, através de argumentos sólidos baseados em números”, garante o parlamentar.



AL faz sessão especial dia 15 para debater plebiscito



Com a campanha do plebiscito nas ruas a partir de hoje, os deputados estaduais se reunirão em sessão especial para debater a possibilidade de divisão do Pará para criação dos Estados do Carajás e Tapajós. A sessão será realizada na quinta-feira, dia 15, por proposição do líder do PR na AL, deputado Raimundo Santos.



Porém, o parlamentar assegura que a intenção não é que o Legislativo paraense aponte um caminho a seguir no plebiscito, a favor ou contrário à divisão. Santos garante que o objetivo da sessão é justamente debater o tema, sem a obrigatoriedade do parlamento defender uma única bandeira. Até porque, ressalta o deputado, a criação dos estados do Carajás e Tapajós não é um tema de consenso em nenhuma das bancadas.



Segundo Raimundo Santos, é natural que o tema seja defendido com paixão pelos deputados, mas é preciso discutir as ideias com bom-senso e responsabilidade, para que não se corra o risco de ofensas entre os parlamentares e convidados.



Após o plebiscito em que a população vai às urnas para dizer se quer ou não a divisão do Estado do Pará para criação do Carajás e Tapajós, lembra Raimundo Santos, caberá à Assembleia Legislativa encaminhar o processo ao Congresso Nacional para decisão final.



Além dos deputados estaduais, a sessão especial marcada para começar às 10 horas contará com parlamentares federais do Pará, líderes empresariais e de outras entidades de classe, além de prefeitos e vereadores de todos os municípios paraenses. 



CALENDÁRIO



Data do Plebiscito: 11 de dezembro de 2011, com votação de 8h as 17h, nas seções eleitorais.



Quem vai opinar: toda a população do Estado do Pará



Decisão final: o resultado da votação será encaminhado pela Justiça Eleitoral ao Congresso Nacional, que terá a palavra final sobre a criação ou não dos Estados. A criação de Tapajós e Carajás depende da edição de lei complementar, conforme a Constituição Federal de 1988.



A campanha: começa oficialmente no dia 13 de setembro. Foi estabelecido limite de gastos em R$ 10 milhões para cada frente.



Propaganda: as frentes pro e contra a criação dos estados do Tapajós e do Carajás vão passar por rodízio na propaganda gratuita na TV, que durará 20 dias, de 11 de novembro a 7 de dezembro. A propaganda gratuita será veiculada às segundas, terças, quartas, sextas-feiras e sábados. 



(Diário do Pará)

AO SOM DE ROBERTO CARLOS




Sábado, 10 de setembro de 2011!! Show do Roberto Carlos em Jerusalém!!
A noite caí silenciosa, na TV  Glória Maria faz as honrarias para anunciar o rei...o Rei Roberto Carlos e começa o show  em Jerusalém!!!  A emoção enche os olhos de Glória que entre  lágrimas convida o rei para se apresentar.


E ele chega!!  Simples, doce, romântico. Canta e encanta com a melodia, a poesia rimada nas canções entoadas. Em cada música a essência do  amor,  trilha sonora de amantes, enamorados, apaixonados...
Tradução do amor intenso expresso na poesia de Vinicius ou na doce composição de Tom Jobim . O amor toma conta de mim e a emoção se agasalha em meu coração.

Em cada música pensamentos se misturam em meio a tantas lembranças boas e inesquecíveis. Na imensidão perco-me em cada lembrança na tentativa de romper uma   distancia infinda e assim trazer ele para junto de mim.
Se a contemporaneidade, tão deturpada pela tecnologia, classifica-me  como arcaica pelo sentimento verdadeiro que habita meu peito , prefiro ser antiquada e sempre poder  sentir pulsar em meu peito  esse  amor  verdadeiro.    Amor  verdadeiro que pela vastidão é  indescritível, incomparável. Amor intenso  que há tempo se fez morada em minha inspiração. Amor bonito, amor sincero é o que sinto por ele, meu homem meu eterno menino.

O tempo vai passando e com ele vem a nostalgia. Saudade contida no peito, escondido no silêncio do meu olhar. Talvez eu seja apenas  aquela amante a  moda antiga do tipo que  ainda manda flores  e poesias. Ou de repente sou apenas uma frágil mulher perdida na multidão buscando  em cada fragmento um pouco dele para outra vez poder  sentir meu coração se alegrar. Ele o amor. O meu único amor  de detalhes tão pequenos, porém ,mágicos e  inesquecíveis momentos.

 A noite vai passando e o show continua no ar... E Roberto  cantando e encantando o coração dos amantes e enamorados.

O sono está chegando,  mas não quero dormir então sozinha  desejo ver ele chegar  em frente ao meu portão... Para que OUTRA VEZ  eu possa  dizer COMO É GRANDE O MEU AMOR POR VOCÊ e que VOU TE AMAR POR TODA MINHA VIDA  . Quanto a ele? Não adianta nem tentar me esquecer ...Pois não vai conseguir, afinal são muitos e muitos DETALHES de nós dois.



Socorro Carvalho





UES DEFINE EM PLENÁRIA QUE UNIVERSITÁRIOS DE SANTARÉM APÓIAM CRIAÇÃO DO TAPAJÓS



Ocorreu na tarde do último sábado, dia 10 de setembro, a Plenária municipal da UES que definiu a posição da entidade sobre a criação do estado do Tapajós. Cerca de 300 pessoas compareceram ao auditório da Casa da Cultura, dentre elas mais de 150 delegados - estudantes universitários que se credenciaram para participar das decisões na Plenária. Por maioria dos votos, os universitários de Santarém disseram SIM ao novo estado.

O evento teve início com a mesa redonda Estado do Tapajós em debate, formada pelo Padre Edilberto Sena (diretor da Rádio Rural de Santarém) e pelos professores Manuel Dutra (doutor em jornalismo) e Aluízio Leal (doutor em economia).
Manuel Dutra apontou as origens históricas do movimento de emancipação do oeste do Pará, que remetem ao século XVIII; a idéia de autonomia política da região percorreu o imaginário de inúmeras gerações que viveram nestas terras. Dessa forma, a criação do estado do Tapajós, para Dutra, é um “direito histórico adquirido” do povo do oeste paraense. Para aqueles que argumentam que a nova unidade administrativa será tomada pela corrupção, o professor e jornalista respondeu categoricamente: “Quem fala isso desconsidera que os velhos estados já estão tomados pela corrupção. Prova disso é a Assembléia Legislativa do Pará, instituição que, de tão suja, deveria ser fechada”.
O padre Edilberto Sena, militante histórico de movimentos em defesa da Amazônia e dos povos da região, também defendeu a emancipação do oeste do Pará, apontando vários desafios que o povo do futuro estado terá pela frente, como formar novas lideranças políticas, defensoras de novas idéias, e construir um novo modelo de desenvolvimento econômico e social, diferente do atual modelo predatório que prevalece na Amazônia. Edilberto alertou, porém, que a simples criação do Tapajós não vai trazer mudanças significativas para a população: só o que muda de verdade é a luta do povo, que deve participar ativamente da construção do novo estado.



Por fim, Aluízio Leal fez um forte e bem fundamentado contraponto ao movimento que defende a criação do estado do Tapajós. Baseado em experiências passadas de redivisão territorial, como a criação do estado do Amapá, o economista argumentou que o surgimento de novos estados não é a solução para os problemas do povo de determinada região. Pelo contrário: no nosso caso, a criação do estado do Tapajós deve piorar a situação de miséria e exploração em que vivem os trabalhadores, uma vez que o movimento emancipacionista vem sendo conduzido pela burguesia local e por políticos ligados aos grandes grupos econômicos da região. Assim, para Aluízio, “quem vai mandar no novo estado não são os filhos do Tapajós, mas sim os donos do agronegócio e da mineração”.
O público presente à Plenária teve oportunidade de fazer perguntas e questionamentos aos debatedores, formando-se um campo muito fértil de debate de idéias no auditório da Casa da Cultura. Os estudantes universitários expressaram posicionamentos bem variados sobre a criação do Tapajós, mostrando a rica pluralidade política e ideológica presente no meio acadêmico santareno.
Após a mesa e um breve intervalo, teve início o momento deliberativo da Plenária, em que foram discutidas propostas de encaminhamento para a UES sobre o tema estado do Tapajós. Com o auditório já reduzido por conta do horário avançado, foram apresentadas basicamente 3 propostas de encaminhamento: Sim ao novo estado, não ao Tapajós e abstenção.




Ib Sales Tapajós, estudante de Direito da UFOPA e coordenador geral da UES, propôs que a entidade se posicione favoravelmente à criação do estado do Tapajós, por ser esta uma demanda legítima do povo da região, e não apenas uma pauta da elite local. “No entanto, nossa campanha não deve ser ao lado da classe empresarial e dos políticos corruptos que têm se apropriado do movimento emancipacionista. Nossa campanha tem de ser feita juntamente com os movimentos sociais da região, com os sindicatos da classe trabalhadora e com os lutadores do movimento estudantil. Só assim, poderemos construir uma perspectiva política diferente para o novo estado”.

O estudante de especialização da UFOPA Cândido Cunha, por sua vez, defendeu que a UES se coloque contra a divisão do Pará, argumentando que se trata de um projeto da burguesia contra a classe trabalhadora. Segundo ele, “ao invés de a UES entrar na campanha pelo sim, deve priorizar outras pautas, como a campanha por 10% do PIB pra educação”.
Por fim, Renato Mauro, estudante de medicina da UEPA, apesar de ter se manifestado contrariamente à divisão do Pará, propôs que a entidade se abstenha de manifestar posicionamento. Segundo ele, apoiar o SIM seria estar junto com a elite santarena, mas, por outro lado, dizer NÃO significaria se juntar à campanha da elite metropolitana.




Após algumas falas defendendo cada um desses 3 pontos de vista, foi encaminhada votação: 2 estudantes votaram na abstenção, 28 no NÃO e 37 se manifestaram favoravelmente à criação do estado do Tapajós. Assim sendo, através do método da democracia direta, os estudantes universitários decidiram que a UES deve dizer SIM ao novo estado.

Dessa forma, nossa entidade dará continuidade à sua tradição histórica de ser parte ativa dos principais debates envolvendo a cidade de Santarém, o oeste do Pará e a Amazônia. Mais do que defender o SIM, a União dos Estudantes de Ensino Superior de Santarém, daqui para frente, estará discutindo com o povo da região qual o modelo de estado que queremos. Nossa luta não será apenas por um novo estado, mas, acima de tudo, por uma nova política no estado do Tapajós!


# Fotografia: Ramon Santos.
Fonte: UES