quarta-feira, janeiro 09, 2013

ESTOU COM SAUDADES...


É mais um dia sem você...
Da janela, de onde estou,    vejo o movimento de tudo que se passa na rua, daqui vejo  carros e pessoas que vão e vem, numa pressa absurda, não sei aonde vão neste cenário de um transito louco e agitado. E nessa velocidade do tempo a vida vai seguindo seu curso, indiferente  ao meu olhar . A paisagem nublada traz  nostalgia e saudade.

O tempo passa apressado, as horas se vão e em cada uma delas aumenta o vazio e a solidão, dentro de mim. Da janela,  vejo o céu, nuvens escuras  nublam o cenário do meu olhar, e ao longe vejo uma  chuva indecisa que  não vem...

Estou com saudades...
Então, dispo-me da cultura da MPB e  dos conceitos  intelectuais  e   visto-me de sertanejo  e ao fundo ouço Bruno e Marrone. Eles  cantam  e realçam essa saudade imensa,  quase infinda,  em meu coração. 

Hoje...
Que se dane o intelecto de  Gil, Caetano, Buarque,  Betânia, Gal, Neruda, Drummond, Quintana. Não. Hoje, não quero sonetos imortais, não quero versos, nem estrofes prontas, só quero mesmo é  sentir , da forma mais simples, a vasta embriaguez desse amor natural nascido em   minhas entranhas...

Em cada música, uma vontade louca de  fugir, embarcar nas ilusões e  nessa viagem  quem sabe te encontrar ou talvez  me livrar dessa solidão que sinto na ausência  desse amor que me acorrenta, me prende e feito visgo está grudado aqui na minha pele e dentro do meu coração...

Nada tem sentido. Tudo ao meu redor está indiferente. Ignoro tudo e cada voz, mesmo conhecida,  me parece um som desconhecido. Tento interpretar as palavras, mas nada entendo. Cada frase me soa  cheia de incógnitas  indecifráveis. E só consigo entender essa falta que me  consome. As pessoas conhecidas se tornam estranhas e sinto-me perdida  dentro do desconhecido, desprovida de tua presença e teu sorriso. 

Neste momento só queria era me embriagar na bebida de tua fonte, agora tão distante, e  nessa embriaguez matar essa sede que não tem fim. Minha intrépida loucura se faz  desejo ardente e saliente se faz chama,  que chama por você. Onde está você, meu amor? Preciso te achar, antes que a minha poesia enlouqueça, sem ter você, aqui... 

Bruno e Marrone continuam cantando. Brega, eu? Jamais. Sou humana e as vezes me permito  o direito de emudecer  meu eu lírico e me deixar ser eu mesmo, sem máscaras, metáforas e   utopias... Oh, saudade danada... Que não passa. Que faço eu?


Socorro Carvalho
Santarém,08.01.2013

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