quarta-feira, julho 03, 2013

QUE COISA LINDA!!!


Veja que bate-papo tive com uma criança em função da doação de livros de minha autoria que fiz no sábado para crianças carentes que esmolavam em um semáforo de São Paulo.

"Seu Egidio, meu nome é Gabriel, tenho 10 anos. Eu tinha um monte de livros que eu não estava mais usando, tinha também dois que o senhor escreveu, Síndrome de quê e Histórias de valor. Quando eu li o que o senhor fez com seus livros, dando eles para as crianças do farol, eu falei com a minha mãe para a gente levar os livros para as crianças do farol da praça perto da minha escola. Ela gostou muito da ideia e me ajudou a separar os livros. Nós conseguimos juntar 14 livros, depois minha mãe fez um montão de pipoca e fomos até o farol. Minha mãe parou o carro do lado da praça, depois eu e ela chamamos os meninos que estavam lá, passando frio e pedindo dinheiro. Tinha quatro crianças. Minha mãe deu um saco grande de pipoca e um livro para cada uma, mas tinha uma muito pequena que ainda não sabia ler, por isso minha mãe convidou as crianças para sentarem perto dela e abriu um outro livro e começou a ler para as crianças. Foi muito legal. As crianças pediram para ler outro, mas minha mãe falou que se quisessem ganhar outro livro e mais pipoca, teriam de contar pra ela a história do livro que ganharam. Ela ainda prometeu que daria um outro livro toda vez que eles contassem a história do livro que ela deu. Aí o menino pequeno falou que não sabia ler, que por causa disso ele não ia ganhar mais livros. Só que a minha mãe é inteligente e falou que ele visse as figuras e imaginasse uma história para ela. Na semana que vem vamos lá de novo, só que dessa vez eu que vou ler pra eles."

Gabriel, que lindo! Você e sua mãe são exemplos de cidadania!

Egidio Trambaiolli Neto

É educador, químico, matemático, editor, roteirista, autor, palestrante e idealizador de projetos educacionais. Com publicações em vários países.




[NELSON MANDELA] LEGENDÁRIO LÍDER SUL-AFRICANO É GRANDE AMIGO DE CUBA E DE FIDEL CASTRO

Todos os homens morrerão; porém, o exemplo de Mandela não morrerá

Entre as poucas coisas positivas que a colonização britânica deixou na África do Sul é que o menino nascido como Rolihlahla Dalibhunga Mandela foi renomeado Nelson por obra e graça de uma mestra inglesa. Havia sido muito difícil pronunciar seu nome e sobrenome familia original da etnia xhoza.

O garoto estudava em tempo integral e foi um dos primeiros advogados negros quando a África do Sul racista não permitia esses luxos, logo reforçado pelo "legal” apartheid imposto pelas autoridades racistas do Partido Nacional.

Inclusive, quando foi preso, onde esteve durante tantos anos, continuou estudando leis à distância, mesmo quando seu discurso já não consistia em códigos legais, mas no apoio à luta do Congresso Nacional Africano (ANC, em inglês) e seu braço armado, Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação).

Na época, ele purgava uma condenação a prisão perpétua, em Robben Island; era o preso número 466/64 que olhava o horizonte, quando o permitiam, nessa prisão mar adentro, a 11 quilômetros da Cidade do Cabo.

Hoje, tem 94 anos e cumprirá 95 (caso resista), no próximo 18 de julho. Desde o dia 8 de junho está internado devido a graves complicações pulmonares e renais. O presidente Jacob Zuma, que suspendeu uma viagem a Moçambique para estar próximo ao enfermo, declarou que a situação é sumamente complicada. Mandela está morrendo e essa circunstância volta a acusar ao ditatorial apartheid contra o qual lutou por toda a sua vida, visto que as enfermidades pulmonares que o atingiram vêm desde seus tempos de preso e nunca foram devidamente atendidas.

O histórico personagem pode morrer a qualquer momento. Será uma grande pena. Por isso, há ainda mais motivos para ressaltar alguns traços daquele que, através de seu exemplo, vai perdurar.

A história completa

Após a libertação de Mandela, em fevereiro de 1990, e com os avanços do ANC rumo ao poder, ganhando as eleições para uma Assembleia Nacional Constituinte, em 1993, e, em seguida, a presidência do país (1994-1999), sua figura subiu para o topo das preferências dos povos.

Nessas condições, até seus inimigos mais pérfidos chegavam a ele para partilhar de suas conquistas, como o último presidente racista , Frederik de Klerk, nominado junto ao ex-preso para receber, em 1993, o Prêmio Nobel da Paz.

AS MULTIDÕES NAS RUAS: COMO INTERPRETAR?

Um espírito de insurreição de massas humanas está varrendo o mundo todo, ocupando o único espaço que lhes restou: as ruas e as praças. O movimento está apenas começando: primeiro no norte da África, depois na Espanha com os "indignados”, na Inglaterra e nos USA com os "occupies” e no Brasil com a juventude e outros movimentos sociais. Ninguém se reporta às clássicas bandeiras do socialismo, das esquerdas, de algum partido libertador ou da revolução. Todas estas propostas ou se esgotaram ou não oferecem o fascínio suficiente para mover as massas. Agora, são temas ligados à vida concreta do cidadão: democracia participativa, trabalho para todos, direitos humanos pessoais e sociais, presença ativa das mulheres, transparência na coisa pública, clara rejeição a todo tipo de corrupção, um novo mundo possível e necessário. Ninguém se sente representado pelos poderes instituídos que geraram um mundo político palaciano, de costas para o povo ou manipulando diretamente os cidadãos.


Representa um desafio para qualquer analista interpretar tal fenômeno. Não basta a razão pura; tem que ser uma razão holística que incorpora outras formas de inteligência, dados não racionais, emocionais e arquetípicos e emergências, próprias do processo histórico e mesmo da cosmogênese. Só assim teremos um quadro mais ou menos abrangente que faça justiça à singularidade do fenômeno.


Antes de qualquer coisa, importa reconhecer que é o primeiro grande evento, fruto de uma nova fase da comunicação humana, esta totalmente aberta, de uma democracia em grau zero que se expressa pelas redes sociais. Cada cidadão pode sair do anonimato, dizer sua palavra, encontrar seus interlocutores, organizar grupos e encontros, formular uma bandeira e sair à rua. De repende, formam-se redes de redes que movimentam milhares de pessoas para além dos limites do espaço e do tempo. Esse fenômeno precisa ser analisado de forma acurada porque pode representar um salto civilizatório que definirá um rumo novo à história, não só de um país; mas, de toda a humanidade. As manifestações do Brasil provocaram manifestações de solidariedade em dezenas e dezenas de outras cidades no mundo, especialmente na Europa. De repente o Brasil não é mais só dos brasileiros. É uma porção da humanidade que se identifica como espécie, numa mesma Casa Comum, ao redor de causas coletivas e universais.
 
Por que tais movimentos massivos irromperam no Brasil agora? Muita são as razões. Atenho-me apenas a uma. E voltarei a outras em outra ocasião.
 
Meu sentimento do mundo me diz que, em primeiro lugar, se trata de um efeito de saturação: o povo se saturou com o tipo de política que está sendo praticada no Brasil, inclusive pelas cúpulas do PT (resguardo as políticas municipais do PT que ainda guardam o antigo fervor popular). O povo se beneficiou dos programas da bolsa família, da luz para todos, da minha casa minha vida, do crédito consignado; ingressou na sociedade de consumo. E agora o quê? Bem dizia o poeta cubano Ricardo Retamar: "o ser humano possui duas fomes: uma de pão que é saciável; e outra de beleza que é insaciável”. Sobre beleza se entende educação, cultura, reconhecimento da dignidade humana e dos direitos pessoais e sociais como saúde com qualidade mínima e transporte menos desumano.

Essa segunda fome não foi atendida adequadamente pelo poder publico seja do PT ou de outros partidos. Os que mataram sua fome querem ver atendidas outras fomes, não em último lugar, a fome de cultura e de participação. Avulta a consciência das profundas desigualdades sociais que é o grande estigma da sociedade brasileira. Esse fenômeno se torna mais e mais intolerável na medida em que cresce a consciência de cidadania e de democracia real. Uma democracia em sociedades profundamente desiguais como a nossa, é meramente formal, praticada apenas no ato de votar (que no fundo é o poder escolher o seu "ditador” a cada quatro anos, porque o candidato uma vez eleito, dá as costas ao povo e pratica a política palaciana dos partidos). Ela se mostra como uma farsa coletiva. Essa farsa está sendo desmascarada. As massas querem estar presentes nas decisões dos grandes projetos que as afetam e que não são consultadas para nada. Nem falemos dos indígenas cujas terras são sequestradas para o agronegócio ou para a indústria das hidrelétricas.

Esse fato das multidões nas ruas me faz lembrar a peça teatral de Chico Buarque de Holanda e Paulo Pontes escrita em 1975: "A Gota d’água”. Atingiu-se agora a gota d’água que fez transbordar o copo. Os autores de alguma forma intuíram o atual fenômeno ao dizerem no prefácio da peça em forma de livro: "O fundamental é que a vida brasileira possa, novamente, ser devolvida, nos palcos, ao público brasileiro… Nossa tragédia é uma tragédia da vida brasileira”. Ora, esta tragédia é denunciada pelas massas que gritam nas ruas. Esse Brasil que temos não é para nós; ele não nos inclui no pacto social que sempre garante a parte de leão para as elites. Querem um Brasil brasileiro, onde o povo conta e quer contribuir para uma refundação do país, sobre outras bases mais democrático-participativas, mais éticas e com formas menos malvadas de relação social.

Esse grito não pode deixar de ser escutado, interpretado e seguido. A política poderá ser outra daqui para frente.

[Leonardo Boff é autor de Depois de 500 anos: que Brasil queremos? Vozes, Petrópolis 2000].


Fonte:  Adital 

UMA FLOR...PARA VOCÊ

 Uma flor,  para você!!
Você,  que mesmo distante consegue  roubar meu silêncio.
E no tumulto de minhas lembranças vem se agasalhar.
Você, que é chama, 
Fogo ardente,  que incendeia de delírios meus pensamentos.



Uma flor, para você!!
Você, que enche de brilho meu olhar.
Arrebata meus sentidos e sensatez,
Faz-me divagar no infinito dos seus desejos.
Você,  que me olha, me despe, me ama...
No fulgor da cama,  sob o calor do seu corpo quente.


Uma flor, para você!
Você, que passou veloz, deixando  em brasas  meu corpo inteiro.
Deixando-me vestígios de saudade, do seu fogo de amor.
Chama acessa do cio que habita em você.


Essa flor... é pra você!!


Socorro Carvalho